Usuários de IA são empresas em sua maioria, aponta CEO

A utilização predominante de IA concentra-se nas empresas, conforme apontado por CEO da Signal, Meredith Whittaker
Usuários de IA são empresas em sua maioria, aponta CEO

As vastas massas da população que ocasionalmente recorrem ao ChatGPT ou ao Bard para concluir tarefas pontuais não se enquadram no grupo dos principais consumidores de inteligência artificial. Meredith Whittaker, à frente da Signal e co-fundadora do AI Now Institute, identifica as verdadeiras entidades usuárias da IA como as corporações que, ao adotarem a automação para otimizar suas operações, buscam efetivamente reduzir custos e reestruturar sua força de trabalho. Essa abordagem estratégica da IA pelas empresas pode ter um impacto significativo na economia e na natureza do emprego nos anos vindouros, moldando o cenário empresarial de forma substancial.

A especialista, com uma experiência de mais de dez anos na equipe do Google e autora do setor de pesquisas da gigante tecnológica, atualmente expressa suas reservas em relação ao modelo de negócios estabelecido pelas grandes empresas de tecnologia, incluindo suas práticas em relação à vigilância e à proteção da privacidade. Em uma entrevista ao O GLOBO, Meredith ilustra a distinção entre ser um usuário ativo e tornar-se o sujeito passivo da tecnologia ao fazer referência ao contexto das greves em Hollywood, onde a tecnologia impacta profundamente aqueles que acabam sendo afetados por ela, em contraste com aqueles que a utilizam. Esse ponto de vista lança luz sobre as complexas implicações da IA e seu papel na sociedade atual.

Na estrutura do AI Now Institute, a estudiosa se dedica à análise das consequências sociais associadas à inteligência artificial e à indústria que a sustenta. Durante sua participação no Web Summit, ela lançou questionamentos sobre as afirmações que sugerem a completa substituição do trabalho humano pela IA. Em sua visão, a ameaça mais premente reside na possibilidade de as inteligências artificiais agravarem as condições de trabalho já existentes, um cenário semelhante ao observado na indústria cinematográfica de Hollywood. Essa perspectiva destaca as preocupações com as ramificações sociais da IA e a necessidade de abordá-las de maneira cuidadosa e responsável.

Andrew Sullivan, líder da Internet Society, que se dedica à promoção de uma internet segura e inclusiva, argumenta que impor regulamentações à IA “em um cenário de alarme” pode resultar em efeitos adversos mais significativos do que vantagens. Em uma conversa com O GLOBO, ele enfatiza a complexidade de antecipar os diversos usos que podem surgir a partir das ferramentas de IA, que estão cada vez mais difundidas. Portanto, estabelecer regulamentações neste estágio pode resultar em legislações ineficazes, que não acompanham o dinamismo e as evoluções rápidas desse campo tecnológico. O desafio reside em encontrar um equilíbrio entre a regulação necessária e a capacidade de adaptação à constante evolução da IA.

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