O que é metaverso e qual sua relação com a Web3?

Desenho relacionado ao metaverso

O conceito de metaverso foi inicialmente introduzido em 1992 no livro de ficção científica intitulado “Snow Crash”, escrito por Neal Stephenson. Desde então, o termo tem ganhado popularidade e alcançou um grande destaque em 2021, quando Mark Zuckerberg decidiu renomear sua empresa Facebook para Meta.

Mas afinal, o que é o metaverso? Como o metaverso se relaciona com o mundo dos jogos? 

O metaverso, em suma, nada mais é do que a existência de um mundo virtual que replica e simula a realidade do cotidiano. Segundo a descrição da Wikipedia: “É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de realidade virtual, realidade aumentada e internet”.

Embora o termo tenha se tornado um tópico popular recentemente, arrisco dizer que o metaverso teve uma curva natural e esperada em relação aos jogos. Há mais de uma década atrás, lembro de me sentar em frente ao computador e encontrar um universo similar ao mundo real. Lá era possível trabalhar, estudar, namorar, passear por diversos locais e se comunicar com pessoas do mundo inteiro – bastava que estivessem dentro do mesmo servidor que você. O universo, na verdade, era o jogo Second-Life.

Ainda era muito jovem na época, mas com o passar dos anos descobri que também era possível comercializar e fazer dinheiro de verdade dentro da plataforma do jogo, existiam pessoas especializadas na criação de roupas, outras em arquitetura, diretor de eventos e muito, muito mais.

O jogo fez tanto sucesso que gerou até um documentário intitulado Life 2.0, dirigido por Jason Spingarn-Koff. No documentário, é mostrada a vida das pessoas que frequentam o universo do game ativamente e quais os ganhos e impactos que isso gera na vida de cada um.

O tempo passou e a popularidade do jogo que foi precursor no mundo virtual diminuiu, mas muito do conceito inicial do Second-Life se manteve presente e inspirou outros desenvolvedores de jogos a irem rumo ao metaverso.

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Fortnite
Fortnite – Imagem: Reprodução

Atualmente, temos como grande representante do metaverso o jogo Fortnite, que iniciou sua trajetória como um Battle Royale – categoria de jogo onde diversos jogadores coexistem em um mapa e o objetivo final é ser o último sobrevivente – e, devido aos investimentos de sua desenvolvedora, a Epic Games, tornou-se conhecido mundialmente por levar a experiência da comunidade a outro patamar de entretenimento por meio de shows e eventos realizados por artistas do mundo real dentro da plataforma do game.

Artistas como Ariana Grande, Travis Scott, DJ Marshmello e até mesmo o grupo de k-pop BTS são algumas das figuras que se fizeram presentes no metaverso do Fornite.

Metaverso e o mercado cripto

Ao falarmos sobre blockchain, Web3, criptomoedas e NFTs, estamos falando sobre um mercado descentralizado e em constante evolução, que acompanha as preferências dos consumidores e traz conceitos do mundo real para o ambiente online. Um exemplo disso é a comercialização de NFTs, que democratiza a arte na internet. No entanto, mesmo sendo um mundo repleto de oportunidades lucrativas, devemos estar sempre atentos para não sermos vítimas de golpes ou promessas enganosas de sucesso.

Hoje, existem algumas plataformas de games que se destacam e seguem alinhadas com o conceito de metaverso e Web3, são elas: Decentraland, The Sandbox e Illuvium.

Decentraland
Decentraland – Imagem: Reprodução

Decentraland é um dos jogos mais populares quando o assunto é metaverso e mercado cripto. O universo virtual 3D combina elementos de Minecraft e Second Life, permitindo que os jogadores comprem terrenos virtuais representados por tokens LAND. Lá, os jogadores realizam pagamentos e vivem online uma experiência próxima da realidade do mundo físico. A moeda do universo Decentraland é chamada de MANA e é uma criptomoeda verdadeira que pode ser adquirida por meio de conquistas no jogo ou por compra própria. Além disso, o jogo oferece uma variedade de itens colecionáveis, como skins e avatares, que podem ser adquiridos e adicionados à experiência dos jogadores.

The Sandbox
The Sandbox – Imagem: Reprodução

Lançado em 2021, The Sandbox começou sua operação em um aplicativo com 40 milhões de usuários, gerando 70 milhões de ativos in game. O jogo permite aos jogadores construírem vidas digitais e realizarem atividades em um universo virtual. The Sandbox, assim como Decentraland, é baseado na tecnologia blockchain da Ethereum. O token nativo da plataforma se chama SAND e é usado para adquirir tokens não fungíveis. Esses NFTs podem representar propriedades, ativos digitais, itens para avatares e outros tipos de bens dentro do ambiente virtual.

Illuvium
Illuvium – Imagem: Reprodução

Assim como Decentraland e The Sandbox, Illuvium foi completamente construído na rede da Ethereum. Em Illuvium os jogadores que participam de ações dentro do universo recebem NFTs como recompensa. Um ponto que diferencia Illuvium dos demais, é que se trata de um jogo de batalha que mistura conceitos de metaverso, DeFi e criptomoedas. A moeda do game é chamada de ILV e, além disso, o game possui sua própria corretora descentralizada chamada de IlluviDEX.

Decentraland, The Sandbox e Illuvium são três jogos que possuem uma estrutura organizacional descentralizada, conhecida como Decentralized Autonomous Organization (DAO) em inglês. Jogos descentralizados possuem regras e decisões criadas pelos próprios jogadores por meio de votações e de governança democrática. O papel da descentralização nos jogos é interessante pois permite que os jogadores se sintam parte ativa do universo, dado que contribuem com os games em diversos aspectos, desde a criação de novas atualizações à recompensas. Se o metaverso é o futuro dos jogos, não sabemos com toda a certeza, mas o encontro do metaverso com a Web3 é, de fato, muito interessante.

Juliana S.

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