A empresa de tecnologia financeira Vórtx, especializada na gestão de fundos e estrutura de mercado, desenvolveu em parceria com o Mercado Bitcoin (MB) uma solução inovadora para a negociação de criptoativos, focada no público institucional. Essa nova ferramenta possibilita que administradores de fundos invistam em ativos digitais diretamente do território brasileiro, utilizando a moeda local, o real. Anteriormente, esse tipo de aplicação financeira era realizada exclusivamente através de canais internacionais. Este avanço representa um marco importante no acesso a investimentos em criptomoedas no Brasil, oferecendo mais praticidade e segurança para investidores locais, ao mesmo tempo, em que reforça a posição do país como um player relevante no mercado global de ativos digitais.
A inovação no setor de investimentos foi impulsionada pela recente atualização nas diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fundos de investimento, implementada em outubro. Essa mudança normativa autoriza os fundos a alocarem recursos em criptoativos no território brasileiro, desde que operem através de plataformas devidamente regulamentadas. Embora o Brasil ainda não possua uma legislação específica para a comercialização de criptoativos, a solução encontrada foi aproveitar a autorização que o Mercado Bitcoin detém em Portugal para o comércio, liquidação e guarda de ativos digitais. Este avanço normativo é um passo significativo para a consolidação do mercado de criptomoedas no Brasil, ampliando as possibilidades de investimento e reforçando a segurança jurídica para operações neste segmento. Ademais, essa medida coloca o país em um caminho promissor para se tornar um polo estratégico no cenário global de criptoativos, oferecendo novas oportunidades tanto para investidores locais quanto internacionais.
De acordo com Guilherme Pimentel, líder de produtos do MB, houve uma consulta à CVM sobre esta abordagem, recebendo aprovação para que o serviço seja disponibilizado no Brasil, mas sob a regulamentação portuguesa, onde tais operações já são normatizadas. “Essa estratégia simplifica enormemente os processos para os fundos de investimento, pois elimina a necessidade de transferir recursos para fora do país, além de evitar as taxas cambiais e tributações associadas a essas transações internacionais. Trata-se de uma melhoria significativa tanto em termos operacionais quanto financeiros. O capital do fundo permanece no Brasil, assim como os investidores, enquanto as transações com criptoativos são realizadas localmente”, explicou ele. Esta modalidade representa um avanço considerável para o setor, aumentando a eficiência e reduzindo a complexidade para os investidores brasileiros. Além disso, posiciona o Brasil como um mercado inovador e adaptável às tendências globais de investimentos em criptoativos, potencializando o crescimento do setor no país.
O serviço, introduzido aos gestores financeiros nesta semana, já se encontra operacional. A Vórtx atua como administradora do sistema. Quanto à custódia dos ativos, esta pode ser realizada através do MB ou de outras entidades. Desde outubro, a normativa permite que os fundos multimercados voltados para o público em geral invistam até 10% de seus ativos totais em criptoativos. Marcelo Cherri, responsável pelas soluções na Vórtx, comentou: “Percebemos um potencial significativo para crescimento na alocação nessa categoria de ativos por parte dos nossos clientes.” Este lançamento não só amplia as opções de investimento em criptoativos no Brasil, mas também representa um marco na inclusão de ativos digitais em estratégias de investimento diversificadas. A expectativa é que essa inovação atraia mais investidores e estimule o desenvolvimento do mercado de criptoativos no país, reforçando a posição do Brasil como um centro financeiro inovador e adaptável.
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