George Santos, deputado americano filho de brasileiros, estaria envolvido em golpe com criptomoedas, diz NYT

Segundo a reportagem do NYT, Santos e outros dois homens se aproximaram de um americano alegando que havia um cidadão polonês rico que queria comprar criptomoedas, mas não podia fazê-lo porque seus ativos estavam congelados
Celular com moeda Bitcoin em cima

O deputado norte-americano, George Santos, filho de brasileiros, estaria envolvido em um esquema de golpe semelhante ao do Príncipe Nigeriano, que circulava bastante nos e-mails no começo da internet, mas com criptomoedas, diz uma recente reportagem do New York Times (NYT).

Um doador de campanha informou ao The New York Times que Santos e outras duas pessoas pareciam estar tentando uma versão centrada em criptomoedas do clássico golpe do príncipe nigeriano.

O golpe consiste em tentar enganar alguém dizendo que um estrangeiro rico está precisando de ajuda para ter acesso a ativos congelados. Embora o golpe tenha ficado famoso no começo da internet, novas versões do esquema continuam ativas.

George Santos, membro estreante da Câmara dos Representantes, está sendo acusado de treze crimes graves, incluindo apropriação indébita de contribuições de apoiadores, coleta fraudulenta de cheques de desemprego e falsificação em declarações à Câmara.

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Segundo um doador de campanha que falou ao Times, Santos e outros dois homens se aproximaram dele alegando que havia um cidadão polonês rico que queria comprar criptomoedas, mas não podia fazê-lo porque seus ativos estavam congelados.

O trio não informou por que os ativos estavam congelados, nem forneceu o nome do investidor polonês, mas queria que o doador criasse uma empresa de responsabilidade limitada para ajudá-los a ter acesso aos fundos.

O doador disse ao Times que ficou impressionado com o quão semelhante sua abordagem parecia com o clássico golpe do príncipe nigeriano, no qual um estrangeiro rico pede ajuda a alguém para ter acesso a ativos congelados.

Ele pediu mais informações, e Santos e seus associados pediram ao doador para assinar um acordo de confidencialidade. O doador então pediu mudanças no acordo, e as negociações terminaram ali.

O esquema envolvia Santos, o ex-deputado estadual republicano Michael LiPetri e a Bryant Park Associates, uma empresa dirigida pelo doador republicano Dominick Sartorio, de acordo com o relatório.

LiPetri disse ao Times que estava ciente dos esforços de Santos, mas não estava envolvido “em detalhes” e afirmou que nenhum acordo aconteceu no final.

Uma solicitação de comentário para esta história foi enviada ao advogado de Santos pela reportagem do NYT, mas não obteve resposta imediata.

Santos, de 35 anos, que representa o 3º distrito congressional de Nova York, foi acusado em março e se declarou inocente. Vale dizer que o pai e a tia do deputado norte-americano desembolsaram os US$ 500 mil (R$ 2,4 milhões) de fiança para que ele não fosse preso à época.

Allan G.

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