Na audiência pública da Comissão do Senado dedicada à regulamentação da IA, especialistas debateram amplamente os impactos dessa tecnologia nas eleições e na disseminação de informações. De acordo com as palavras do Diretor-Geral do Instituto Liberdade Digital, Diogo Rais, a aplicação da IA apresenta efeitos benéficos ao aproximar os eleitores das propostas dos candidatos, mas também acarreta desafios ao criar políticos fictícios com o intuito de enganar a sociedade. Ele exemplificou essa dualidade com o caso de um candidato virtual à presidência da Coreia do Sul que interagia ativamente com o eleitorado por meio das redes sociais. Diogo Rais ressaltou a importância da utilização responsável da Inteligência Artificial como um meio de fortalecer a democracia. Compreender e equilibrar esses aspectos torna-se fundamental para moldar o futuro das eleições em um cenário cada vez mais digital e complexo.
Diogo Rais destacou a multiplicidade de oportunidades em que a inteligência artificial pode promover a concretização do ideal democrático, permitindo que as mensagens alcancem o público-alvo desejado de maneira precisa. Quando essas mensagens são verídicas e alinhadas com o perfil do candidato, é possível atender a um princípio democrático essencial: assegurar que os eleitores que desejam apoiar candidatos com determinadas posições tenham pleno conhecimento sobre quem são esses candidatos e quantos compartilham suas visões antes de irem às urnas. Essa transparência pode ser um pilar fundamental para fortalecer o processo eleitoral e a participação informada dos cidadãos.
Cellina Bottino, Diretora do Instituto de Tecnologia e Sociedade, ofereceu uma visão abrangente das legislações promulgadas nos Estados Unidos, China, Canadá e União Europeia, projetadas para combater a manipulação de imagens durante o processo eleitoral. Segundo Bottino, embora tais regulamentações proíbam o uso indevido dessas imagens, elas não resolvem o problema de forma abrangente. Nesse contexto, torna-se mais eficaz promover a educação da população, incentivando a desconfiança em relação ao conteúdo visual apresentado nas telas.
Renata Mielle, representante do Comitê Gestor da Internet, também destacou a necessidade de maior transparência nas ferramentas utilizadas, ressaltando que essa transparência desempenha um papel crucial na garantia da integridade das eleições e da confiança do público. É fundamental encontrar um equilíbrio entre regulamentação e conscientização para abordar essa questão complexa.
“Estamos lidando com um sistema caracterizado pela total falta de transparência. Desconhecemos os métodos empregados pelo modelo de processamento de linguagem para alcançar um resultado específico, assim como os conjuntos de dados que embasaram esse resultado. É importante ressaltar que o resultado obtido é altamente personalizado. É bastante provável que, se eu formular uma pergunta para o ChatGPT neste momento, e outra pessoa na mesma sala fizer a mesma pergunta, os resultados das respostas podem variar consideravelmente. Essa variabilidade levanta questões sobre a confiabilidade e a uniformidade das respostas fornecidas pelo sistema. Portanto, a transparência e a consistência são aspectos cruciais a serem abordados na evolução da tecnologia de processamento de linguagem”, concluiu.
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