A companhia Zeitls, sediada na Suíça, especializada em transformar arte tradicional em experiências digitais, divulgou sua nova série “Tarsila Reinterpretada“. Este conjunto inovador inclui 225 NFTs, inspirados em quinze peças nunca antes vistas de Tarsila do Amaral, ícone do movimento modernista brasileiro. Com o auxílio de tecnologia de IA, a Zeitls criou adaptações, denominadas “Variações”, de desenhos originais de Tarsila, realizados em tinta nanquim. Cada token digital desta coleção, prevista para ser lançada ao público, terá um preço inicial de 0,3 Ether. A iniciativa promete revolucionar a maneira como a arte modernista é percebida e valorizada no ambiente digital, oferecendo uma ponte entre a tradição artística e a inovação tecnológica. A abordagem da Zeitls ao combinar arte clássica com elementos digitais modernos tem o potencial de atrair uma nova geração de colecionadores de arte e entusiastas de criptomoedas, estabelecendo um novo padrão no mercado de arte digital.
A utilização de tecnologia de inteligência artificial na criação de arte continua sendo um assunto polêmico, com amplas áreas de discussão. O diretor de marketing da Zeitls admite a complexidade da questão, porém enfatiza as vantagens em certos contextos. Ele argumenta que, em situações como a preservação do legado artístico, a IA oferece uma abordagem objetiva e fiel, sem a interferência de interpretações externas. “Em contextos de conservação da herança artística, a inteligência artificial nos possibilita uma reprodução neutra e autêntica da arte original”, reflete. Esse enfoque inovador abre portas para novas maneiras de apreciar e interagir com a arte, mantendo a essência da obra original intacta. A abordagem da Zeitls ilustra um avanço significativo na forma como a arte e a tecnologia podem coexistir, promovendo uma simbiose entre tradição e inovação. Este equilíbrio entre respeito ao trabalho original e a incorporação de novas tecnologias pode ser a chave para uma nova era no mundo da arte.
As quinze peças selecionadas pela Zeitls para sua coleção de NFTs estão no centro de um debate intenso e de uma disputa legal em andamento. Segundo informações do veículo O Tempo, o tradutor Alípio Neto, que recebeu o acervo do poeta modernista Guilherme de Almeida do seu biógrafo, Frederico Ozanam, descobriu as criações de Tarsila ao revisar os documentos. Os desenhos da artista, supostamente, foram criados para acompanhar um livro sobre as palestras dadas pelo poeta em diversas capitais brasileiras durante a década de 1920. A contenda e a batalha jurídica emergem do esforço de Neto em validar a autoria de Tarsila sobre as quinze peças. Essa validação é crucial para comercializar as ilustrações como obras autênticas da modernista.
Entretanto, os esboços ainda não estão incluídos no raisonné, um compêndio que cataloga todas as obras de Tarsila, e sua autenticidade depende da confirmação de especialistas na área. A complexidade desse caso realça o desafio de preservar a integridade artística e a autenticidade em uma era digital, além de levantar questões importantes sobre propriedade, autoria e legado no mundo da arte. A situação reforça a necessidade de uma avaliação cuidadosa e responsável no uso da tecnologia para reproduzir e valorizar obras de arte históricas.
Sem conseguir a confirmação da equipe responsável pelo raisonné, o tradutor buscou a opinião de Tarsilinha, apelido da sobrinha-bisneta da pintora. Conforme os registros judiciais do caso, iniciado por Neto contra membros da comissão e a produtora do raisonné, Tarsilinha se propôs a examinar as obras, prometendo manter-se em silêncio caso fossem autênticas. No entanto, isso gerou outra polêmica: a ineficácia do silêncio como prova de autenticidade, como destacado por Mario Solimene Filho, advogado do autor da ação. A disputa legal ainda está em andamento, e as quinze obras de Tarsila do Amaral permanecem sem uma comprovação oficial de autoria.
Este cenário ilustra a complexidade enfrentada no mundo da arte quanto à atribuição e reconhecimento de obras, especialmente em um contexto em que a tecnologia digital transforma as práticas de autenticação e conservação. A questão levanta importantes reflexões sobre a importância da transparência e métodos confiáveis de verificação no campo artístico, ressaltando a necessidade de critérios claros e aceitos universalmente para a validação de obras de arte históricas.
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