Cientistas da Universidade de Indiana, em Bloomington, deram um grande passo na biocomputação: o desenvolvimento de organoides cerebrais capazes de realizar reconhecimento de fala. Esses mini cérebros, uma façanha da intersecção entre biologia e tecnologia, foram treinados para identificar vozes individuais de um conjunto de clipes de áudio.
Este treinamento inovador utilizou 240 clipes de áudio com oito pessoas pronunciando sons de vogais em japonês. A precisão inicial era de apenas 30-40%, mas surpreendentemente, após dois dias de treinamento intensivo, essa taxa melhorou significativamente, chegando a 70-80%. Os organoides foram colocados em uma matriz de microeletrodos, batizada de ‘Brainoware’, que não só transmitia sinais elétricos aos organoides mas também detectava a atividade das células nervosas.
Um aspecto fascinante do estudo é a utilização do que os pesquisadores chamam de ‘aprendizado adaptativo’. Com a repetição dos clipes de áudio ao longo de dois dias, os organoides mostraram uma melhoria notável na precisão, demonstrando o potencial da aprendizagem não supervisionada.
Os pesquisadores acreditam que sistemas de biocomputação, como o Brainoware, podem oferecer vantagens significativas em comparação à inteligência artificial tradicional. Eles apontam questões como o alto consumo de energia e as limitações inerentes aos chips de silício como desafios que esses novos sistemas poderiam superar.
Este avanço em relação ao reconhecimento de fala abre portas para um futuro onde a biologia e a tecnologia podem se fundir de maneiras ainda inimagináveis, prometendo soluções mais eficientes e sustentáveis para problemas complexos graças à biocomputação.
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